“Entre as Ruínas e o Renascimento”

Aqui está um monólogo interior inspirado na imagem e na análise filosófica:
(O homem olha para a estátua. O vento sopra entre as colunas partidas. Ele pensa…)
“Quantas vezes me iludi com a promessa de um sentido eterno… Quantas vezes acreditei que os deuses velariam por mim, que a razão daria respostas, que a força me bastaria…
E agora, só há silêncio.
Pedras caídas. Ideais partidos. Heróis imobilizados no mármore frio.
Olho para você…
Você que um dia representou a vitória, a força, o domínio sobre a vida. Agora, mesmo em pedra, você parece cansado… inclinado… vencido.
Como eu.
Sento-me entre os destroços, como quem assume a derrota de um século.
Mas talvez… talvez seja nesse fundo de ruína que algo desperte.
Talvez seja aqui… exatamente aqui… onde tudo parece desmoronado… que o verdadeiro nascimento aconteça.
Não mais por imposição de uma moral… não mais para agradar deuses que não respondem… não mais para repetir os gestos ocos dos que vieram antes.
É aqui… onde o ar cheira a poeira e abandono… que a escolha me chama.
Levantar-me ou aceitar o fim.
Criar ou afundar-me junto às pedras.
Serei eu o arquiteto de novos pilares?
Serei eu o escultor de uma nova vontade?
Ainda não sei.
Mas hoje… ao menos hoje…
Posso escolher não me deixar morrer por dentro.”
(Ele suspira fundo… levanta lentamente os olhos para o céu… e pela primeira vez em muito tempo, enxerga… não um deus… mas um começo.)